domingo, 2 de dezembro de 2012

Orgulho a que levas

Orgulho, uma palavra forte.

Todos nós temos a nossa dignidade, o nosso orgulho, as nossas convicções... Mas será que agimos de acordo com aquilo que acreditamos ser o mais certo ou será que agimos de maneira a que o nosso orgulho não saia ferido?

Já conheci muitas pessoas, já tive muitas pessoas a quem chamei amigos, assim como já tive muitas pessoas que me desiludiram e eu também já desiludi muitas. Errar é humano e isso eu compreendo, da mesma forma que também é humano escolher as pessoas que nos interessam e deixar de lado as que não nos interessam.

É bastante normal entre amigos existir um atrito, uma briga, uma confrontação de ideias e ideais, mas tudo se resolve se realmente são amigos, porque no fim o que é que realmente importa?

Cheguei à conclusão que o que importa é o teu orgulho, dizes coisas, a seguir desmentes e afirmas que os outros estão a inventar para não ficares mal na história e, mesmo quando tens mais que uma pessoa a pôr-te entre a espada e a parede, viras as costas e vais-te embora com o teu orgulho, porque ele sim é o teu melhor amigo... É isso não é? O que importa és tu e em todas as histórias "lavares as mãos" e não saíres mal, não é? Mesmo que para isso tenhas que "cagar" para quem realmente gosta de ti, só porque és demasiado orgulhosa para admitir ao teu melhor amigo que estiveste mal ou que afinal tinhas mesmo dito aquilo?

Já viste o egocentrismo? Isto vai-te levar onde? Já pensaste que enventualmente as pessoas à tua volta vão perceber que tu só te importas é contigo própria e que entre tu ou aquela pessoa, escolhes-te sempre a ti? E se um dia ficares sozinha, afinal o orgulho importou assim tanto?

Há posturas que eu não compreendo e a tua definitivamente é uma delas. O teu melhor amigo está na fase mais difícil da vida dele e tu o que fazes? Por causa da MERDA do teu orgulho, "cagas" para o teu melhor amigo, logo agora quando ele mais do que sempre precisava de ti, que pessoa isto te torna?

Sempre soube que nunca és capaz de dar o braço a trocer quando achas que tens razão, mesmo que as pessoas te põem entre a espada e a parede e te mostram que as coisas não são bem como estás a pintar, tu ficas sempre na tua e o que importa é aquilo que tu pensas. Eu percebo que a vida te tenha levado a centrares-te em ti própria e a criares esta auto-defesa, mas PORRA, é o teu melhor amigo, não tens que ter auto-defesas com ele, não importa o que faças ele não te vai julgar e vai sempre gostar de ti da mesma maneira, mas mesmo sabendo tudo isto, no fim o que importa és sempre tu e o teu orgulho, acima de tudo e qualquer coisa, é não é?

Uma mensagem com uma frase, era tudo o que era preciso: "Desculpa fui estúpida, tu és mesmo importante para mim, és o meu melhor amigo e mais nada importa, simplesmente não consigo ver-te a sofrer e a passar por tu isto sem estar ao teu lado para te apoiar".

Ele deu-te um " back off"? Não interessa, insiste, porque no fundo sabes bem o quanto ele precisa de ti e o quanto ele quer que tu estejas presente e, os amigos são para isso, para estarem lá nos bons e também nos maus momentos.

Sempre pensei que envetualmente irias enviar uma mensagem, com uma frase semelhante à de cima, mas parece que me enganei, aliás parece que me enganei de todo à cerca da tua pessoa, no fim parece que afinal o teu melhor amigo não interessa, apenas interessam tu e o teu orgulho.

Apenas me pergunto, sentes-te mesmo bem contigo própria e achas que tomaste a decisão correcta? Sinceramente, espero que não, senão que desilusão, a sério, que desilusão...

Rita

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Livre ou não livre? Eis a questão...

O mundo em que vivemos e a sociedade em que estamos inseridos condicionam, quer queiramos quer não, todas as nossas acções. As nossas definições do que está bem ou mal, do que é certo ou errado, estão contaminadas pelas definições que a sociedade lhes dá.

Gosto de pensar que sou livre, como uma borboleta, que posso voar para onde quiser, sempre que quiser. Claro que por mais indiscutível que seja o quanto eu gostava que assim fosse, nada é assim tão simples. Outro grande factor que condiciona as nossas acções são as pessoas das quais nos rodeamos e este é sem dúvidas o factor que mais condiciona as nossas acções.

Podemos ser anarquistas, não acreditar em quaisquer valores da sociedade mas as pessoas que nos rodeiam irão sempre condicionar a forma com agimos. Por isso, não somos livres, não fazemos aquilo que nos dá na real gana, porque alguém de quem gostamos ou temos um enorme carinho, vai sair magoado com as nossas acções.

Este condicionamento é tão grande e tão forte, que não importa o quanto queiramos, o quanto desejamos e o quanto sonhamos ou fantasiamos, que se essa acção magoar alguém que nos é importante, então é certo que não a vamos fazer. Se a fizermos é porque não pensamos nas consequências, não temos noção da forma com que vai afectar a pessoa ou, simplesmente, a pessoa não é assim tão importante para nós. Ahhh, o quanto isto condiciona as nossas vidas, mais do que pensamos, mas quando vale a pena, nem nos importamos que tal pessoa condicione dessa forma a nossa vida.

Para finalizar, é óbvio que quem mais condiciona as nossas acções somos nós próprios, são as acções que cometemos ou não cometemos que nos definem como pessoa, como nós. Por vezes, nem mesmo nós conseguimos explicar porque não fizemos alguma coisa, quando na verdade já tinhamos pensado nisso e até gostamos bastante da ideia, mas na hora H por algum motivo retraímo-nos e, não é por não desejarmos ou por não queremos, é simplesmente porque sim, porque naquela altura não pareceu certo.

Desejo, sonhos e por vezes fantasias, é na maioria das vezes o que resta das acções que não cometemos.

Rita

quarta-feira, 7 de março de 2012

Deixemos pois de pensar mais em punir, em censurar e em querer melhorar! Não seremos capazes de modificar um único homem; e se alguma vez o conseguíssemos seria talvez, para nosso espanto, para nos darmos também conta de outra coisa: é que teríamos sido "nós" próprios modificados por ele! Procuremos antes, por isso, que a nossa influência se contraponha e ultrapasse a sua em "tudo o que está para vir"! Não lutemos em combate directo... qualquer punição, qualquer censura, qualquer tentativa de melhoria representa combate directo. Elevemo-nos, pelo contrário, a nós próprios muito mais alto. Façamos sempre brilhar de forma grandiosa o nosso exemplo. Obscureçamos o nosso vizinho com o fulgor da nossa luz. Recusemo-nos a nos tornar, a nós próprios, "mais sombrios" por amor dele, como todos os castigadores e todos os descontentes! Escutemo-nos, antes, a nós. Olhemos para outro lado. 

"Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência""