quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Noite...



Sentei-me no banco, não sabia realmente o que esperava, alguém, uma palavra, um telefonema...
Dei comigo a olhar para a outra margem do rio Tejo, contemplei o Cristo Rei, a ponte, conseguia ver lá ao fundo o porto da Trafaria, ouvia o barulho de fundo dos bares das Docas. Com toda esta paisagem e juntando-se o facto de já ser bem de noite, o meu pensamento voou para longe, para mais de mil léguas de onde me encontrava, relembrava tudo o que tinha acontecido nos últimos tempos, como era possível que tudo se tivesse passado em tão pouco tempo, não conseguia não sentir um aperto no coração, talvez saudades daqueles tempos, ou talvez apenas caía em mim a aterradora realidade que não sabia quando te veria de novo e talvez nunca voltasse a sentir o aconchego do teu abraço.
Caiu uma lágrima, escorreu pelo meu rosto a baixo, não me dei ao trabalho de a limpar, não me importava se alguém me iria ver assim, não queria saber, não queria saber de ninguém, mas também não queria estar a pensar em ti de novo, só queria um refúgio, aquele que em outros tempos foi meu, já não o é mais. Rolou outra lágrima, olhei para o telemóvel na esperança de ver uma mensagem tua ou de receber um telefonema teu, no fundo sabia que tal era tão improvável que até o podia considerar impossível.
Eram 3 horas da manhã, nem dei pelo tempo passar, de repente sinto o telemóvel a vibrar, senti aquelas borboletas no estômago e a adrenalina a subir, atendi...
- Olá, sou eu, desculpa ligar-te tão tarde, mas não sei porquê presumi que estivesses acordada. Estás de carro?
Ainda a tremer e sem acreditar: - Sim estou, mas passa-se alguma coisa?
- Vem-me buscar a casa, preciso tanto de falar contigo, sinto a tua falta.
- Tenho saudades tuas, 20 minutos estou aí.

Rita