terça-feira, 30 de março de 2010

Gotas



Estou aqui, sentada na ponta da falésia...
Apesar da paisagem magnífica a única coisa que me passa pela cabeça és tu...
Os ressentimentos misturados com ódio e fúria consomem-me, eu não preciso disto! Não quero sequer voltar a pensar em ti! Mas não consigo e isso ainda me consome mais!
Porque é que no fundo do meu ser sinto a tua falta?

(Sinto um pingo de chuva, dois, três, quatro... Está a chover, não me importo...)

Porque é que não tiraste um tempo para perceber tudo? Realizar Tudo? Eu estava ao teu lado, qualquer que fosse a situação, eu disse-te! Não quiseste saber, esqueceste-te que eu estava aqui sempre para ti... E agora? Agora os nossos caminhos são diferentes, se nos encontrasse-mos a meio caminho perceberias o erro que fizeste e como eu fiquei desfeita, quando tu nem sequer te importaste.

Todos os meus dias sinto que tenho uma nuvem cheia de chuva por cima da cabeça que me persegue e me lembra o quão na merda está a minha vida. No fundo tu importaste mas o orgulho foi demasiado grande para olhares nos meus olhos de novo. Orgulho ou vergonha? Não sei, só tu me poderias responder a isso.
Sinto-me a partir, deixo um bocadinho de mim por todos os lados, no banco, na mesa, na cama, no jardim, na rua, no café, no mar. Tu não estás cá para os juntares, não queres fazer parte de novo, olhar por mim, só porque não consegues admitir para ti que as coisas são como são e por mais que tentes não as vais conseguir contraria-las.

Fomos nós, podíamos ainda hoje ser, nunca foi estranho até pensares demais sobre isso. Realiza que tudo o que se passa não é mau, é bom e que eu te amo! Não te queria perder nem por nada. Percebe isso por favor, não te prendas, não deixes de mostrar quem és realmente, pois essa pessoa é a qual eu me apaixonei e venero mais na vida.

Volta para mim, percebe como eu percebi o porquê de sentir a tua falta...
Fala comigo, só uma vez, pessoalmente, no nosso lugar de sempre, deixa-me tentar explicar-te...
Deixa a pessoa que amo sair só um dia, deixa-me amar-te por um dia e mostrar-te como tudo podia ser perfeito...

(Sinto as gotas da chuva a rolarem pelo meu rosto)

Não digas que te sou indiferente, para ti podes já nem me amar, ou pelo menos pensar que não, mas se por acaso nos cruzarmos vais sentir um arrepio e borboletas no estômago.

Fala comigo um minuto que seja, pode ser agora, aqui à chuva...


Rita

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